Do rio ao mar – Rio Paraíba vivo! /

No dia 16 de março de 2024, o Grupo Erosão apresentou “Do rio ao mar – Rio Paraíba vivo!” no pontal do Atafona em São João da Barra, Rio de Janeiro, Brasil.

Em 2019, o principal estuário do Rio Paraíba do Sul no Oceano Atlântico mostrou sinais de fechamento e hoje está completamente fechado; uma faixa de areia, com mais de 200 metros de largura, separa a antiga saída do rio para o mar e une a antiga Ilha da Convivência a Atafona. Com a continuidade das mudanças ambientais e o fechamento da saída que separa a Ilha da Pessanha do continente, o rio morrerá e toda a comunidade pesqueira local de Atafona será gravemente afetada. Com a continuidade das mudanças ambientais e o fechamento da saída que separa a Ilha da Pessanha do continente, o rio morrerá e toda a comunidade pesqueira local de Atafona será gravemente afetada.

Para essa ativação, o Grupo Erosão coletou cerca de 250 metros de redes de pesca rasgadas e descartadas, também conhecidas como “redes fantasmas”, que podem ser fatais para os animais marinhos quando abandonadas no mar. Eles estenderam essas redes, recriando o antigo caminho que o rio fazia para chegar ao mar. Durante a ação, um pequeno barco de papel machê criado pelo cenógrafo Rafael Sánchez navegou por esse rio simbólico de redes de pesca. Para encerrar, criamos uma forma de espiral com as redes, um símbolo de entre outras coisas, transformação e mudança, e colocamos nosso barco de papel no centro da espiral.

Participaram um grupo de cerca de 50 pessoas, incluindo membros do assentamento Cícero Guedes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), estudantes de teatro e performance de universidades do Rio de Janeiro, pessoas da comunidade local de Atafona e os membros do Grupo Erosão e seus colaboradores.

O “Grupo Erosão”,dirigido por Fernando Codeço, bolsista de pós-doutorado do Hemispheric Encounters, e a produtora cultural “CasaDuna”, liderada por Codeço e pela filósofa Dra. Julia Naidin, vem trabalhando em “Do rio ao mar – Rio Paraíba vivo! ” como parte de “A Convivência é uma Ilha” / “Coexistence is an Island”, um projeto de pesquisa performativa transdisciplinar baseado em processos que usa teatro, performance, museologia social e arte ambiental para criar uma colagem performativa de fragmentos compostos de histórias de pessoas cujos territórios tenham sido ameaçados por processos neoextrativistas e/ou como resultado de mudanças ambientais. O Grupo Erosão baseia “A Convivência é uma Ilha” em histórias reais e nos acervos de arquivos e entrevistas reunidos pela CasaDuna e pelo Evictions Museum (Museu das Remoções) da Vila Autódromo, na zona oeste do Rio de Janeiro.

“A Convivência é uma Ilha”, do Grupo Erosão, com direção de Fernando Codeço e produção da CasaDuna, terá sua estreia em junho de 2024 no Teatro de Bolso Procópio Ferreira, em Campos dos Goytacazes. O espetáculo será formado por uma instalação de vídeo e uma performance ao vivo.

O projeto é financiado pela Lei Federal Paulo Gustavo – Prêmio “Apoio ao Teatro – Evoé RJ” da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro e apoiado pela pesquisa de pós-doutorado do Codeço com o Hemispheric Encounters e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).