ativAÇÕES perforMÁGICAS (in)díg(e)nas contra a farsa da representação colonial

ativAÇÕES perforMÁGICAS (in)díg(e)nas contra a farsa da representação colonial é um projeto-sonho desenvolvido (muito antes) durante (e depois!) o programa de pós-doutorado do projeto Encontros Hemisféricos: Desenvolvendo práticas de pesquisa-criação transfronteiriças.

Tal projeto-sonho foi plantado e manejado pela artista-estudante Juma Pariri, sob supervisão de Selena Couture e apoio fundamental de Sérgio de Andrade, Laura Levin e Tracy Tidgwell, integrando o núcleo ECOLOGIAS, entre (mais ou menos) outubro de 2021 a janeiro de 2023.

O projeto circula fundamentalmente em torno da construção de um “arquivo-caminhante” de imagens fotográficas, retiradas do tecido virtual, que reúne 12 ativAÇÕES perforMÁGICAS  realizadas por diferentes povos indígenas em situação de manifestação por justiça ambiental, na região colonialmente conhecida como Brasil, entre os anos de 2013 e 2021. Chamo de arquivo-caminhante porque ele literalmente “andou” pelo chão de diversos lugares (como veremos adiante), acessando determinados grupos de pessoas e não o contrário, ou seja, um arquivo alocado num local fixo, físico ou virtual, a ser acessado por pessoas.

 Este arquivo foi tomado como agente nutridor-inspirador para uma série de outras ações artístico-pedagógicas: cursos, falas públicas remotas ou presenciais, vídeo-performance, performance, etc. Esta página busca dar a ver algumas dessas ações propostas durante este processo.

Arquivo-caminhante contra a farsa da representação colonial

Neste projeto foi desenvolvido um arquivo impresso: 12 fotografias coloridas, tamanho A3, que eram dispostas uma a uma, em formato de mandala/filtro dos sonhos de 12 pontas, no chão, aos pés dos seres humanos convidados a se nutrir com este arquivo-caminhante. 

Tal arquivo caminhou:

  1. na Aldeia Marakanã (mai.22 – Rio de Janeiro/BRA) na “Mostra Dramaturgias Contracoreográficas” a convite do onucleo (Núcleo de Estudos e Encontros em Dança do DAC/PPGDan da UFRJ); 
  2. durante o encontro “Residências Compartilhadas” (set.22 – Toronto/CAN)  que reuniu 3 projetos brasileiros de performance do Rio de Janeiro e do Amazonas/BRA, que trabalham junto ao LabCrítica (coordenado por Sérgio de Andrade) e artistas-pesquisadores baseados em Toronto e Vancouver/CAN ligados ao Hemispheric Encounters; 
  3. e também no encontro de Formação de Professores das Fábricas de Cultura de São Paulo (nov.2022 – São Paulo/BRA).

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nutri-AÇÕES artístico-pedagógicas contra a farsa da representação colonial

Como já mencionado, esse projeto buscou criar espaços formativos, para inspiração e nutrição artístico-pedagógicas, tanto para a construção das ativAÇÕES perforMÁGICAS que veremos a seguir quanto para qualquer outro ser interessado nas questões que esse projeto pisa. Dentre outros, destaco aqui:

ativAÇÕES perforMÁGICAS (in)díg(e)nas contra a farsa da representação colonial

Oficina remota ativAÇÕES perforMÁGICAS (in)díg(e)nas contra a farsa da representação colonial dentro das Práticas Pedagógicas da plataforma digital Teatro e Povos Indígenas-TePI (jan.2022/BRA). Esta oficina visou apresentar e discutir algumas imagens simbólicas “perforMÁGICAS”, construídas por diferentes povos indígenas em situação de manifestação por direitos básicos e justiça ambiental, para transformação da realidade (colonial) imediata. Ao final do processo es participantes foram convidades a criar um ato simbólico em defesa da terra e dos seres vivos que a compõem.

MIACAY – II Mostra Indígena de Artes da Cena em Abya Yala: dançar o impossível para mover mundos

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Em 2008 instaurou-se a obrigatoriedade de ensino das culturas indígenas e afro-brasileiras na educação básica mas não no ensino superior criando uma lacuna na formação dos professores acerca desses saberes e práticas reforçado pelo racismo institucional ainda hegemonicamente vigente. Para atuar num sentido de sanação dessas dores coloniais no campo das artes cênicas foi criada a MIACAY – II Mostra Indígena de Artes da Cena em Abya Yala: dançar o impossível para mover mundos, amorosamente ativada para artistas-professores e qualquer pessoa que tenha interesse nas tensões e/ou imbricações do que convencionou-se chamar de “culturas indígenas” e “artes do corpo” a partir de uma perspectiva anti-colonial/capitalista. 

Toda programação foi disponibilizada gratuitamente e com classificação livre entre os dias 28 de março e 11 de abril de 2022 no canal do YouTube do Grupo Imagens Políticas. 

 

PROGRAMAÇÃO COMPLETA 

PROGRAMA 1 

Descatequizar para descolonizar: pistas para o reflorestamento do imaginário de Geni Nuñez (SC) 

A colonização não acabou, seus efeitos ainda se fazem sentir na terra, nos seres humanos e não humanos, na forma de pensar, sentir e estar no mundo. Para reparar é preciso antes reconhecer, e nesse encontro discutiremos alguns impactos da colonização do pensamento, profundamente inspirada na moral cristã, no (des)envolvimento com o corpo, sexualidade e outras relações. Através do reconhecimento do sistema de monoculturas (monoteísmo cristão, monogamia e monossexismo) refletiremos sobre modos de reflorestar nosso território-corpo. 

Sobre Geni Nuñez 

Geni Núñez é ativista indígena, psicóloga, mestre em Psicologia Social e doutoranda no Programa de Pós graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (UFSC). É membro da Articulação Brasileira de Indígenas Psicólogos/as (ABIPSI) e co-assistente da Comissão Guarani Yvyrupa. Pesquisa branquitude, etnocídio, não monogamia e outras descolonizações. 

La utopía de la mariposa de Lukas Avendaño e Miguel J. Crespo (31′, MX, 2019 

Lukas Avedaño é talvez o artista mais importante da comunidade Muxe, o terceiro gênero dos zapotecas. A poesia, a dança e a antropologia são as ferramentas que utiliza para enunciar-se e expressar-se. Desde de 10 de maio de 2018 seu irmão Bruno desapareceu de maneira misteriosa. Encontrá-lo entre os 70 mil desaparecidos no México é, para Lukas, uma utopia. 

Sobre Lukas Avedaño 

Lukas Avendaño é um artista muxe da performance e antropólogo mexicano. Sua obra se caracteriza pela exploração da identidade sexual, étnica e de gênero. 

PROGRAMA 2 

Levanta e luta de Naine Terena (10′, MT, 2021) 

Roteiro produzido por Naine Terena sobre a luta contra a PEC 215, na perspectiva da atuação dos encantados. As imagens foram cedidas por pessoas que estiveram entre 15 e 17 de dezembro de 2014 em Brasília (inclusive a própria Naine), trazendo assim pontos de vistas sobre os fatos. Neste vídeo, Naine é personagem ao mesmo tempo em que conduz o espectador à narrativa.

Sobre Naine Terena 

É doutora em educação, mestra em artes e graduada em radialismo. É curadora independente, docente na especialização em Gestão Cultural Contemporânea do Instituto Itaú Cultural e professora colaboradora do Programa de Pós-graduação em Ensino em Contexto Indígena da UNEMAT. Atua na Oráculo comunicação, educação e cultura, onde atua com pesquisas, docência em cursos livres, comunicação e execução de projetos. 

Ramo de Rio de Lilly Baniwa e Naiara Alice Bertoli (41′, AM, 2021) Ramo de Rio compartilha os processos, depoimentos e desdobramentos da Oficina Performatividades Identitárias, realizada em 2021 na comunidade indígena de Itacoatiara-Mirim e no centro da cidade de São Gabriel da Cachoeira/AM. Permeado por falas de artistas indígenas que participaram através de vídeos-formativos e que suscitaram inspiração, reflexão e o (re)conhecimento de caminhos já percorridos na arte e no reconhecimento da identidade indígena. 

Sobre Lilly Baniwa 

Performer e acadêmica indígena de Artes Cênicas na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Dentre os últimos projetos realizados, destaca-se o espetáculo WHAA Nós, entre ela e eu (2022), o vídeo performance manifesto Lithipokoroda (2021) e os curtas Ooni (2021) e Ramo de Rio (2021), ambos resultados da Oficina Performatividades Identitárias, desenvolvidos no município de São Gabriel da Cachoeira/AM. 

Sobre Naiara Alice Bertoli 

Produtora, atriz, contadora de histórias e arte-educadora. Tem produzido curtas documentais, podcasts, oficinas, montagens teatrais e se dedicado a projetos com os povos originários, principalmente com os Baniwa do noroeste amazônico, e outros projetos de produção e curadoria ligados às políticas afirmativas e às questões étnico-raciais. 

PROGRAMA 3 

Uru’Ku de Bárbara Matias (10′, CE, 2021) 

Colocar o corpo no curral como um ato de subversão performática contra o projeto de etnocídio e memoricídio. Curral é um enquadramento artesanal feito de varas seca do mato construído pelo nativo a mando do seu Coronél-amém para encurralar os filhos da terra como vaqueiro, com o propósito de aprisionar o gado que chega neste território.Na medida em que o coronelismo nos amansa massacra nossa ancestralidade.

Sobre Bárbara Matias 

Barbara Matias é indigena do povo kariri. Artista com urgênciaS, é roteirista, atriz e produtora de cinema, atua no Coletivo Arruaça Escoamento, Coletiva Flecha Lançada Arte, Coletivo Tamain. Bárbara também é liderança jovem indígena e ativista na Aldeia Marrecas e Retomada Kariri Ceará. Atualmente é também estudante de roteiro na Escola Porto Iracema das Artes e doutoranda em Artes da Cena pela UFMG. Autora do livro Pensando a pedagogia do teatro da sala de ensaio para a escola pública (Ed. APPRIS,2020). 

Ñamiajapú dajãrãsa – Mañana volvemos de Corporación Tapioca (45′, CO, 2018) 

Ñamiajapú Dajãrãsa é um projeto de dança documental que aborda o fenômeno de migração juvenil indígena para Vaupés, na Amazônia colombiana. A narração oral, o vídeo, o som e o corpo em movimento configuram este arquivo vivo, cuja criação torna-se um pretexto para o encontro e a construção de pontes entre artistas habitantes de Mitú e Bogotá, indígenas e não-indígenas, alteridades e territórios. 

Sobre o Corporación Tapioca 

O coletivo trabalha com os valores culturais da Orinocoamazonía colombiana através de distintos processos de mediação artística com comunidades. Em seus 12 anos de existência, Tapioca tem desenvolvido processos que vinculam as artes cênicas, as artes visuais, a música e a literatura com territórios, identidades e expressões indígenas contemporâneas. 

PROGRAMA 4 

Reflorestamentes de Kerexú Yxapyry (SC) 

Kerexú Yxapyry nos conta sobre as relações entre sagrado, corpo, terra, alimento e plantio a partir da perspectiva guarani, e nos convida a reflorestar nossas ações-pensamentos através do cultivo da esperança e da luta coletiva. 

Sobre Kerexpu Yxapyry 

Kerexpu Yxapyry é uma das lideranças da Terra Indígena Morro dos Cavalos, coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e da Comissão Guarani-Yvyrupá. 

Arreia de Íris e Iara Campos (37′, PE, 2021) 

Arreia é uma criação de dança que estreou em formato online. O duo das artistas Íris Campos e Iara Campos tem direção de Paulinho 7 Flexas e traz à cena o imaginário das representações que compõem o Caboclinho a partir do corpo brincador do Caboclinho 7 Flexas do Recife. O enredo constrói relação entre o universo dos sonhos e a criação da Agremiação, construindo uma narrativa que honra a ancestralidade indígena de Íris, Iara e Paulinho, trazendo à tona a

resistência dos povos originários e inserindo novos conceitos de preservação da manifestação. 

Sobre Íris Campos 

Arte educadora, bailarina, atriz e performer. Licenciada em artes cênicas pela UFPE. Integrante e brincadora do Caboclinho 7 Flexas do Recife desde 2004. Integrante do Grupo Totem. Co criadora, bailarina e atriz da Cia três na Lua. Realiza trabalhos pedagógicos na área da dança e do teatro em instituições de ensino da rede privada e pública do Recife e região metropolitana. 

Sobre Iara Campos 

Artista da dança e do teatro, arte educadora e produtora cultural. Licenciada em artes cênicas pela UFPE. Integrante e brincadora do Caboclinho 7 Flexas do Recife desde 2004. Artista-criadora independente, desenha sua trajetória em criações próprias e em diversos coletivos do Recife e Região Metropolitana. 

FICHA TÉCNICA 

Palavras-ações que reflorestam por: Geni Nuñez e Kerexú Yxapyry Artistas: Bárbara Matias, Corporación Tapioca, Íris Campos, Iara Campos, Lilly Baniwa, Lukas Avedaño, Naiara Alice e Naine Terena. 

Apresentação e mediação: Juma Pariri 

Realização: Grupo Imagens Políticas (CEART/UDESC) 

Coordenação do projeto: Fátima Costa de Lima 

Idealização, curadoria e pesquisa: Juma Pariri e Paloma Bianchi Consultoria: Paloma Bianchi e Emanuele Weber Mattiello 

Produção executiva: Juma Pariri e Paloma Bianchi 

Assistência de Produção: Emanuele Weber Mattiello, Escaley Alves (bolsista do projeto) e Yasmin Furtado (bolsista do Grupo de Pesquisa Imagens Políticas) 

Identidade Visual e Design Gráfico: Ricardo Goulart 

Captação de vídeo: Paloma Bianchi e Juma Pariri 

Edição de vídeo e vinheta de abertura: Hedra Rockenbach Tradução e legendagem: Frê Almeida 

Vinhetas de abertura e fechamento dos programas produzidas por Hedra Rockenbach a partir do áudio gravado pelo perfil o_ultimo, disponibilizado gratuitamente na plataforma free sounds.

 

Imagens para composição do material gráfico:Manifestantes derrubam estátua de Cristóvão Colombo na cidade de Barranquilla, Colômbia por Mery Granados (28 jun. 21/Reuters); Educação pela pedra por Frê Almeida (2021). 

Palestra remota Ironia e Riso na performatividade em Abya Yala contra a farsa da representação colonial dentro do projeto Políticas do riso e debates sobre as violências veladas no improviso e na comicidade (set.22/BRA)

(para assistir a palestra completa clique AQUI)

ativAÇÕES perforMÁGICAS (in)díg(e)nas por outras representações cinematográficas possíveis (30` – mar.23/BRA)

Neste vídeo, Juma Pariri convida a todes interessades em produção audiovisual a conhecer um pouco dos processos de nutrição para composição dos vídeo-performances Nakua pewerewerekae jawabelia / Hasta el fin del mundo / Até o fim do mundo e Pe ataju jumali / Hot air, ambos criados pela plataforma de voos artísticos UNIDES CONTRA A COLONIZAÇÃO: MUITOS OLHOS, UM SÓ CORAÇÃO. A saber, esses processos de criação vídeo-performática foram inspirados e refuncionalizados a partir de ações públicas de povos indígenas em situação de manifestação por direitos básicos e justiça ambiental.

outras nutri-AÇÕES artístico-pedagógicas

Gostaria também de citar a palestra remota Residência artística e reXistência indígena: MediAÇÕES em zonas de conflitos em Abya Yala (dez.21/BRA) junto ao coletivo Poéticas do ENTRE e a disciplina Arte como Pesquisa ministrada pelo Prof. Fábio Salvatti na Universidade Federal da Integração Latino Americana-UNILA, a oficina remota AGITPORN! – performagias e pós-pornografias contra a farsa da representação colonial (mai.22/BRA) desenvolvida no ciclo de intercâmbios artísticos-pedagógicos Artes Indígenas em Diálogo promovido pelo grupo Imagens Políticas da Universidade do Estado de Santa Catarina-UDESC, participação no dialogue/conversatorio Public Art(e) Acción (Part 2): Environmental Activism and Politics of Land (set.22/Toronto-CAN) dentro do Nuit Blanche + RUTAS Symposium: A Home for Our Migrations e também participação no Sensorium Lunchtime Seminar (out.22/Toronto/CAN) durante o curso Ecoscenography Studio ministrado pelo Prof. Ian Garrett na York University.

ativAÇÕES perforMÁGICAS (in)díg(e)nas contra a farsa da representação colonial

Nesta sessão apresento três diferentes AÇÕES perforMÁGICAS ativadas durante (e por) esta pesquisa junto a outros criadores abaixo citados.

ativAÇÃO perforMÁGICA lítero-fotossintetizada dentro da série Co-sentindo com ternura radical: ações-rituais de arte-vida para ressintonização metabólica curada por Dani d’Emilia e Vanessa Andreotti, em colaboração com o coletivo Gesturing Towards Decolonial Futures. Uma ação de escuta acompanhada  desse texto foi produzida pelo Núcleo de Pesquisa, Estudos e Encontros em Dança- onucleo da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ dentro do projeto Einu iwi: leituras para ouvir o chão.

(para acessar clique AQUI)

Hot Air (jun.22/Chicago-USA)

Sinopse: performance realizada no evento The Art Pride do Hyde Park Art Center com curadoria de Amaya Torres e seguida de performance de Érika Ordosgoitti. Performance parte da residência artística homônima realizada no No Nation – Laboratorio Tangencial de Arte Posnacion/Tangencial Unspace Art Lab (jun.22/Chicago-USA)

Criação geral: Juma Pariri

Co-criação textual, pesquisa, tradução para língua indígena do povo originário sikuani: Margarita Weweli-Lukana

Trilha sonora original, pesquisa e co-criação textual: Frê Arvora

Pe ataju jumali / Hot air (Ar quente)

(25` – Experimental – Abya Yala – Dir: Unides contra a colonização: muitos olhos, um só coração – Gravado inteiramente com câmera de celular – 2023 – legendado em português, subtitulado en español, subtitled in english)

Sinopse: Os países do Norte Global são os maiores poluidores do planeta com suas emissões de CO2. Assim, criaram o sistema de créditos de carbono, que finge proteger florestas no Sul Global, que já são protegidas por seus povos originários. Uma farsa típica do capitalismo financeiro conhecida como “ar quente”. Os seres daquelas florestas, através de suas ativAÇÕES perforMÁGICAS, vieram revelar essa grande farsa e convidar a todos para fazer justiça ambiental com suas próprias mãos unidas numa grande espiral cósmica.

Semeadores: Margarita Weweli-Lukana, Juma Pariri, Frê Arvora, Gurcius Gwedner, Amaya Torres, Jules Zinn, Juan Camilo Herrera Casilimas e Juliana Pongutá Forero.

Para apoio à circulação deste vídeo-performance e as informações e apelos nele contidos – PAYPAL: unidescontracolonizacao@gmail.com

Para assistir ao vídeo utilize a senha: airecaliente

Desdobramentos contra a farsa da representação colonial

(Role para baixo para ler mais)

Juma Pariri segue filiada ao Encontros Hemisféricos: Desenvolvendo práticas de pesquisa-criação transfronteiriças e como desdobramentos do projeto supracitado prevê as seguintes parcerias e ações em 2023: 

  1. publicação de uma entrevista parte de uma série de entrevistas realizada com participantes do encontro Residências Partilhadas (set.2022-Toronto/CAN) por Marcial Godoy-Anativia (coordenador do núcleo de Mobilidades e co-investigador do HEN) em parceria com o Instituto Hemisférico de Performance e Políticas (New York University); 
  2. A publicação de um diálogo proposto por Laura Levin para o Routledge Companion to Site-Specific Performance;
  3. Publicação de parte do arquivo ativAÇÕES perforMÁGICAS (in)díg(e)nas contra a farsa da representação colonial de maneira digital junto a um projeto da pesquisadora, associada ao HEN, Kimberly Skye Richards; 
  4. Circulação do vídeo-performance Pe ataju jumali/Hot air em festivais de cinema e artes, espaços culturais, espaços educacionais formais ou não-formais, comunidades indígenas, etc.

Este projeto também buscou apoiar (e foi apoiado), de maneira direta ou indireta, por projetos educacionais-culturais de algumas comunidades indígenas de Abya Yala. Dentre eles, destaco: projeto de formação escolar institucional de nível médio de Margarita Weweli-Lukana e Felipe Chamarrabi (povo sikuani/COL); o Espaço Swbatkerá Kariri-Xocó coordenado por Idiane Crudzá (Terra Indígena Kariri-Xocó/BRA); projetos culturais da Associação dos Índios Cariris do Poço Dantas-Umari (Chapada do Araripe/BRA) e da Associação Indígena em Contexto Urbano Karaxuwanassu (Recife/BRA).

Este projeto só foi possível pela co-criação e suporte de uma série de seres, humanos e não-humanos, vivos e encantados, vários deles citados nas informações sobre os trabalhos. A estes seres eu agradeço profundamente e envio todo meu amor, com “ternura radical” e “dignidade rebelde pela justa causa amorosa”.

Sobre a artista

Juma Pariri é uma artivista nômade em Abya Yala que busca ouvir e aprender com os segredos vegetais. Move-se na fricção entre artes do corpo, pedagogia indisciplinada e luta indígena por justiça ambiental. Compõe como assessora de projetos os movimentos sociais Associação Indígena em Contexto Urbano Karaxuwanassu e Associação Indígena Cariri de Poço Dantas-Umari. Entre outros, ativa a plataforma multilinguagens artísticas AGITPORN! – POR NO a la desigualdad, pela descolonização social, para aprender (e criar) com ancestrais indígenas sobre processos anti-monoculturais em torno de sexualidades, alimentos, colheitas, “canibalismos”, menstruação e, também, o trampolim audiovisual Unides contra a colonização: muitos olhos, um só coração para a criação coletiva de outras formas simbólicas de auto-representação de povos originários de Abya Yala em relação a outros seres humanos e não-humanos.

Mais informações: https://www.youtube.com/@unidescontracolonizacao

Contato: unidescontracolonizacao@gmail.com

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