Mulheres artistas no Brasil – Oscilando entre democracia e ditadura?
Mulheres artistas no Brasil – Oscilando entre democracia e ditadura?
Mulheres artistas no Brasil – Oscilando entre democracia e ditadura? é um painel organizado por Patricia Branco Cornish, doutoranda da Concordia University e parte do Núcleo de Oralidades, para o 17o Congresso da Associação de Estudos Brasileiros (BRASA) que irá ocorrer na San Diego State University em Abril de 2024. O programa da conferência inclui paineis acadêmicos, palestrantes convidados, sessões plenárias, e atividades culturais.
Este painel trata sobre a participação de mulheres artistas e cientistas no cenário cultural brasileiro a partir da metade do século XX até o presente. As palestrantes examinam como as mulheres brasileiras responderam criativamente à repressão estatal, à censura e às desigualdades de gênero através da arte.
O ano de 1945 marcou o fim do Estado Novo e o início de uma ordem democrática mais fortalecida. Nesse período de ditadura, Nise da Silveira revolucionou os métodos psiquiátricos com a criação de um departamento de terapia ocupacional no Rio de Janeiro. O ateliê de pintura e as obras que ali foram produzidas ofereceram um tratamento mais humano aos pacientes psiquiátricos, e também proporcionaram uma forma de melhor entender o papel da arte.
Paralelamente à ditadura civil-militar brasileira entre 1964 e 1975, surgiu um vibrante movimento contracultural no qual artistas denunciavam as desigualdades políticas e sociais através da arte. Nesse cenário, Gretta Sarfaty foi pioneira na arte que criticava a posição subalterna da mulher na sociedade brasileira, utilizando seu corpo como ferramenta de autoexpressão. Também realizou uma performance para explorar experiências místicas e espirituais como meio de autoconhecimento durante o happening “Mitos Vadios” de 1978, ao lado de Hélio Oiticica e Lygia Pape.
Em resumo, o painel busca debater questões ligadas com a forma pela qual essas artistas e cientistas contribuíram para a multiplicidade cultural e ajudaram a criar uma nova identidade para as mulheres no Brasil durante períodos de censura e relações desiguais de gênero. Dado que essas questões de gênero e censura ainda persistem na arena política do Brasil no presente, fica a questão: como pode a relação revolucionária entre arte e a política continuar a desafiar o poder?
O painel conta com a participação de:
Sarah Poppel, Historiadora da Arte Independente – “Nise da Silveira – “os inumeráveis estados de ser” Democratizando os impulsos em psiquiatria e arte”
Patricia Branco Cornish, Doutoranda pela Concordia University – “A arte como ferramenta de autoconhecimento nas obras de Gretta Sarfaty”
Dr. Tatiane De Oliveira Elias, Professora de História da Arte da UFSM – “Artistas mulheres, ditadura e redemocratização no Brasil”
Dr. Thais Blank, Professora de Ciências Socias da FGV CPDOC – “Inês and Norma: caminhos cruzados em imagens, arquivos e políticas de resistência”
Presidente, Dr. Tatiane De Oliveira Elias, UFSM
Moderador, Dr. Fernando Scherer, Professor de Filosofia da Univasf
Organizadora da Sessão, Patricia Branco Cornish, Concordia University
Encontre a programação do congresso e mais informações no site da BRASA